Ontem a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações – promoveu o leilão do 5G, a internet de quinta geração e como resultado já temos as operadoras Claro, Vivo e TIM arrematando três lotes na faixa de 3,5 GHz; uma nova operadora de telefonia móvel, a Winity II Telecom, que venceu a disputa pelo primeiro lote do leilão do 5G; e os lotes regionais que permitirão às vencedoras prestarem serviços em regiões específicas. Neste caso, as vencedoras foram a Sercomtel, que vai atuar na região Norte e em parte do estado de SP; Brisanet, que ficou com as regiões Nordeste e Centro-Oeste; o Consórcio 5G Sul, que irá operar na região Sul; a Cloud2U, que englobará os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais; e a Algar Telecom, que operará em algumas localidades em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo.
Mas o que muda o leilão do 5G no mercado de TIC em geral? E os impactos desse movimento à sociedade? Para o setor de telecomunicações e de Tecnologia da Informação e Comunicação, as mudanças serão grandes uma vez que existirá a necessidade de atualizar boa parte da infraestrutura tecnológica para receber a tecnologia 5G (o que irá beneficiar fabricantes de fibra óptica, de rede, rádio, roteamento e demais equipamentos relacionados) e, principalmente, permitirá a oferta de novos serviços (e novos serviços sem fio) à sociedade com performance e experiência aprimoradas. Afinal, o 5G vai acelerar significativamente a hiper conectividade e a Transformação Digital.
Em termos de comparação, um exemplo simples é do atual 4G pode atingir até 100 MB/s de velocidade para uploads e downloads enquanto o 5G deverá alcançar até 20 GB/s. Esse aumento de velocidade de transmissão de dados ao consumidor final irá permitir às empresas de TIC promover tecnologias inovadoras como Internet das Coisas (IoT) e impulsionar soluções para cidades inteligentes (com serviços públicos aprimorados), automação de indústrias, residências, transporte etc. A IDC prevê um crescimento de 7% para o mercado de TIC neste ano, sendo a tecnologia 5G um elemento inicial para a massificação de tecnologias modernas e geração de novas receitas. Este instituto prevê ainda que entre 2021 e 2022, o 5G irá gerar US$ 2,7 bilhões em novos negócios envolvendo tecnologias como IA, realidade virtual e aumentada, internet das coisas, nuvem, segurança e robótica.
A capacidade de conectar dispositivos poderá abranger até 1 milhão de aparelhos por quilômetro quadrado. Tudo isso com maior capacidade de banda, o que é importante diante do aumento do volume de informação na internet e pela diversidade desse conteúdo (dados, áudio e vídeo).
Para o setor de Telecom, a tecnologia 5G permitirá às operadoras ofertarem novos recursos de conexão, entregando serviços mais sofisticados e de melhor experiência para consumidores e indústrias em um pool variado de soluções corporativas e serviços ao usuário final.
Para a IDC, a rede 5G trará receitas de mais de US$ 22 bilhões no período de 2020 a 2024 no Brasil, tendo um crescimento anual médio de 179% nos quatro anos. Segundo o instituto, serão investidos US$ 2,5 bilhões em equipamentos de rádio, virtualização, core de rede e roteamento e fibra no período de 2019 a 2024.
Na Indústria, a tecnologia 5G será fundamental para aprimorar a comunicação entre máquinas. Esse movimento promoverá o desenvolvimento de uma logística inteligente e a produção conectada de sistemas cyber-físicos, facilitando o avanço industrial conhecido como Indústria 4.0.