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Por que não aguentamos mais videoconferências?

Com a pandemia do coronavírus, praticamente todo os países tiveram que adotar a quarentena como medida para diminuir o contágio. De uma hora para outra, as empresas tiveram que readequar-se à nova realidade e mudar o modo como realizam suas rotinas operacionais, como as videoconferências.

Uma das coisas que mais chama a atenção neste “novo normal” é a nossa adaptação às reuniões virtuais. Nós que trabalhamos com comunicação no mundo da Tecnologia da Informação, podemos dizer que estamos acostumados e que elas fazem parte da nossa realidade.

Elas são fundamentais, com certeza, ainda mais neste período crítico. No entanto, como o volume de reuniões virtuais aumentou em progressão geométrica, levanto algumas questões sobre os motivos pelos quais não aguentamos mais videoconferências.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS?

Especialistas revelam que a ausência de contato físico exige mais atenção e alertam que o uso de ferramentas para videoconferências aumenta o nível de estresse dos participantes. Estas são as conclusões de Gianpiero Petriglieri, professor de comportamento organizacional do INSEAD (Instituto Europeu de Administração de Empresas), e Marissa Shuffler, professora de Psicologia Organizacional da Universidade Clemson.

Infelizmente, perdemos muitas informações essenciais durante o processo: tom de voz, grande parte das expressões faciais e os gestos físicos. Com isso, os participantes se veem obrigados a prestar mais atenção, empregar mais energias e a reunião pode ser muito desgastante.

HÃN? CAIU A INTERNET. REPITA, POR FAVOR

Presencialmente lidamos de forma melhor com interrupções e intervenções. Já quando a internet cai ou quando um pessoa fala junto com a outra, isso gera um desconforto e a eficiência da comunicação é comprometida. Ainda não nos acostumamos com os habituais atropelos ou até mesmo os ensurdecedores “vácuos” de silêncio.

INTERFERÊNCIAS EXTERNAS

Não é raro um barulho na rua, um vizinho que resolver cortar a grama ou mesmo filhos e familiares atrapalharem as reuniões (por mais isolado seja seu local de trabalho). Eu mesmo tenho uma vizinha que, vejam só, descobriu só na quarentena que o cachorro dela precisa passear (e ele costuma latir bastante, afz!).

SIM, ESTAMOS NA QUARENTENA

A quarentena está sendo um processo desgastante para todos. Além do colapso econômico – segundo o Deutsche Bank, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode cair 6,2% e o dólar pode chegar a R$ 6,50  –, lidamos com o medo do coronavírus que já atingiu, em números oficiais, mais de 900 mortes por dia (em maio).

Por maior que o foco seja o trabalho, é impossível abstrair do que está acontecendo no mundo. Além disso, mudamos nossas rotinas mais habituais, passamos a usar máscaras ao sair de casa, lavamos os itens que compramos na rua… enfim, isto acaba nos afetando psicologicamente.

ELAS VIERAM PARA FICAR?

Além das ferramentas mais tradicionais como Zoom, Skype e Webex, o WhatsApp anunciou que vai possibilitar videoconferências para até 50 pessoas, bem como o Google Duo vai permitir reuniões em grupo. Tribunais administrativos já adotam videoconferência, além de audiências judiciais já instituíram esta nova conduta.

Com certeza, depois da pandemia, iremos pensar muito antes de nos reunirmos fisicamente. Além da economia de tempo com deslocamentos, estamos nos acostumando a rotina, mesmo que desgastante. Aos poucos vemos que coisas que não podemos fazer de forma não presencial, são, de fato, muito poucas. Vamos nos adaptando.

Lucas Oliveira

Lucas Oliveira

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com mais de 12 anos de experiência em comunicação corporativa e tecnologia. Passagens por TIM S.A. Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Governo do RS, além de RBS-TV (Globo).
Lucas Oliveira

Lucas Oliveira

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com mais de 12 anos de experiência em comunicação corporativa e tecnologia. Passagens por TIM S.A. Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Governo do RS, além de RBS-TV (Globo).

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