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Menos home e mais office

Em algum dia do mês de março todos precisaram abandonar os escritórios para trabalhar em casa. Dizem que isso é home office, mas na verdade é isolamento compulsório. Por conta do alto risco de contágio do coronavírus e pela necessidade do sistema de saúde se preparar para receber os pacientes, foi a forma mais rápida de resolver temporariamente a contaminação comunitária.

Quem pôde ficar em casa foi privilegiado. Afinal, não foi demitido e manteve o emprego, salário, alguns com redução, outros não, mas o fato é que a sobrevivência foi garantida em meio ao caos. E de quebra vieram algumas vantagens, como a alimentação em casa, a flexibilidade com os horários, acordar mais tarde, criar novas rotinas, eliminar o tempo no trânsito e em muitos casos um aumento da produtividade.

Produtividade

Para as empresas, não foi ruim, apesar da correria inicial para dar estrutura aos colaboradores remotos. Os negócios se mantiveram, alguns custos foram eliminados e os funcionários trabalharam mais. Segundo uma pesquisa da Citrix realizada no mês de abril, os profissionais que passaram a fazer o home office em função da pandemia constataram que trabalham em média 102,83 minutos a mais por dia.

Com isso, muitas empresas pretendem manter as operações desta forma, devolvendo escritórios e economizando os gastos com aluguel. Mas nem todos acham confortável  trabalhar de casa, e existe uma corrente de profissionais de saúde de acredita que isso pode colocar a saúde mental das pessoas em risco, conforme a matéria do Huffpost.

Estrutura

Muitas pessoas não se adaptam porque não conseguem estabelecer uma rotina saudável no isolamento, acordando tarde, alterando muito o horário das refeições e ainda sentindo solidão e desconforto, pois nem todos têm uma estrutura favorável para trabalhar de casa. Falta espaço, falta boa conexão de internet, falta mesa, sobra crianças inquietas e animais que não respeitam os horários da videoconferência. Sem falar no estresse com tudo isso ao mesmo tempo acontecendo e pressão interna pela produtividade.

Interação

O fato de ter um local para ir todos os dias cria vínculos com os colegas de trabalho, com os objetos do escritório e o ambiente físico. Temos a sensação de pertencer. Nossa mente já sabe que estamos em outro ambiente e as atividades são outras, não é preciso conciliar as tarefas domésticas de lavar, passar e cozinhar.

No escritório tem o compartilhamento de ideias, comentários sobre as notícias do dia, reunião para comer o bolo de aniversário, oportunidades pessoais, piadinhas e muitos insights sobre o próprio trabalho. Principalmente na hora do cafezinho.

O fato é que estamos cansados da nossa casa, da falta de deslocamento, da rotina e principalmente da interação social, pois a balança desequilibrou para o outro lado. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra, ou seja, estamos confinados demais. Quando o perigo de contágio diminuir, pode ser que a rotina diária de ir ao escritório mude. Pode ser que seja duas vezes por semana, três vezes por semana, dependendo da atividade. Mas o fato que o melhor dos mundos é o equilíbrio, ou seja, menos home e mais office.

Estela Silva

Estela Silva

Apaixonada pela comunicação e pelo trabalho em equipe, sempre busquei a experiência mais completa possível. No jornalismo, trabalhei em jornais, revistas e sites de conteúdo. No mundo corporativo, me dediquei às atividades de relações públicas e comunicação empresarial. Em agências, trabalhei com planejamento e execução de ações de relacionamento com os diversos stakeholders.
Estela Silva

Estela Silva

Apaixonada pela comunicação e pelo trabalho em equipe, sempre busquei a experiência mais completa possível. No jornalismo, trabalhei em jornais, revistas e sites de conteúdo. No mundo corporativo, me dediquei às atividades de relações públicas e comunicação empresarial. Em agências, trabalhei com planejamento e execução de ações de relacionamento com os diversos stakeholders.

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