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No mês do Orgulho LGBTQIA+, tudo foi diferente, mas a luta continua a mesma

No ano em que o mundo parou, o Orgulho LGBTQIA+ foi ainda mais longe. E eu te conto como neste artigo. 

Em meio a uma pandemia de coronavírus, era só uma questão de tempo para que os grandes eventos do ano fossem adiados ou cancelados de vez um após o outro. Com todo mundo em casa, a regra era bem clara: nada de aglomeração. 

Dito e feito: foi assim com o Lollapalooza. Foi assim com os campeonatos de futebol. E tinha tudo para ser assim com a Parada do Orgulho LGBTQIA+, no mês passado. 

Mas não foi. 

A Parada aconteceu e foi um evento lindo demais, que reuniu dezenas de milhares de pessoas. Mas como foi tudo isso?

Saímos da Avenida Paulista para o YouTube 

Em tempos de isolamento social, é preciso se reinventar. E foi exatamente isso que a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT) fez ao criar a iniciativa de uma Parada Virtual junto a diversos canais de youtubers da comunidade LGBTQIA+. 

O evento, que teve a participação de famosos como Ivete Sangalo, Katy Perry, Mel C (das Spice Girls) e o prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, foi marcado pela luta pela diversidade e pela democracia.  

Para mim, homem gay, casado e profissional ativo no mercado de trabalho, essa ideia de reunir tecnologia e justiça social foi muito especial. 

É que eu saí de Manaus e me mudei para São Paulo há pouco mais de um ano. Na época, eu cheguei três dias depois da realização da Parada de 2019 e – HOJE – parando pra pensar em tudo isso, eu me sinto extremamente feliz. 

Sabe por quê? 

Porque pela primeira vez, eu me senti parte de uma luta que, hoje, é considerada a maior do gênero no mundo todo. Mesmo à distância, eu estive lá. 

E isso, para mim, é Inclusão. 

E saímos do YouTube para o mercado de trabalho

A Parada do Orgulho LGBTQIA+ é legal, é divertida e é importante. Mas é preciso fazer valer que esses discursos saiam do papel e sejam adotados na prática. 

E isso vale não só pro contexto familiar. 

Se você, pessoa heterossexual, já acha complicado conseguir uma boa oportunidade no mercado de trabalho, imagina para quem é recusado logo de cara num processo de contratação apenas por ser quem é. 

Pois é. De acordo com a Elancers, 1 em cada 5 empresas NÃO contrataria profissionais LGBTQIA+, o que é um absurdo porque, de acordo com a consultoria McKinsey & Company, as empresas que decidem abraçar a Diversidade no local de trabalho tendem a ter um crescimento de rendimento médio na casa dos 35%. 

Felizmente, nunca passei por isso. Me considero, dentro da minha realidade, uma pessoa privilegiada. 

Mas sei que milhares de outros irmãos da comunidade já voltaram para casa se perguntando por que eles não avançaram para a próxima etapa do processo se preenchiam todas as exigências técnicas e de perfil pro cargo. 

Viu? A conta não bate. 

Então o que é que podemos fazer diante disso? 

Uma das alternativas é pressionar as empresas pra que elas cada vez mais invistam em políticas de comunidade que combatam o preconceito (de todo tipo) e incentivem a diversidade. 

Quer um exemplo desse trabalho de inclusão dentro de uma empresa? Um dos nossos clientes aqui da casa, a TOPdesk, realizou na última semana de junho a Pride Week TOPdesk, um evento interno com foco na conscientização social dos colaboradores a respeito da vivência LGBTQIA+. 

Com o apoio do meu querido colega, Guilherme Morais (que é Líder da Diversidade na TOPdesk), acompanhei de perto essa iniciativa e posso falar: foi incrível. 

  • Teve a participação de uma profissional da TOPdesk do Canadá que se identifica como uma pessoa não-binária; 
  • Teve um painel de colaboradores da empresa falando sobre a importância de se trabalhar num ambiente pluricultural; 
  • E teve até um dia inteiro pra falar sobre a Madonna e a trajetória dela na Cultura Queer. 

A troca de experiências foi gigantesca e o próprio Guilherme contou pra gente que esse evento foi muito importante para alinhar com todo mundo essa missão que a TOPdesk tem de levar respeito para todos. 

Isso, para mim, é Oportunidade.

Orgulho LGBTQIA+ e o papel da internet no meio de tudo isso 

Sim, é clichê da minha parte dizer isso, mas eu tenho orgulho de ser quem eu sou. De ser gay. De ser assumido pros meus pais. E de ser amado por eles. 

De lutar pela minha causa. De poder mostrar um pouco da minha visão sobre ela neste texto. E de ter você aqui para acompanhar o que eu escrevi até agora. 

Mas eu não tenho milhares de seguidores no Instagram e eu não sou famoso com uma audiência gigantesca. 

Por isso, para somar força a essa luta, eu acredito, sim, que pessoas e empresas que têm um potencial de alcance maior na internet podem somar muito à luta do Orgulho LGBTQIA+. 

Tiro como exemplo iniciativas como a Pride Gaming, da Samira Close (gamer, drag queen e ativista LGBTQIA+) que discute o respeito à diversidade na comunidade gamer do Brasil. 

Tem também as lives no Instagram de artistas como Pabllo Vittar, que levantam a bandeira do respeito unindo entretenimento. 

E o Projeto Fierce, que surgiu pra empoderar e incentivar mulheres e LGBTQIA+ que sofrem preconceito, discriminação e assédio dentro dos games e eSports. 

Além disso, chamo a atenção para as grandes marcas como o Burger King, que lançou uma campanha intitulada de “#QuemLacraNãoLucra” e ressignificou uma frase de ataque na internet para destinar 100% do lucro líquido das vendas de seus lanches para instituições de apoio à comunidade LGBTQIA+ como a Casa 1 e a Associação do Orgulho GLBT (APOGLBT).

Abraçar a comunidade LGBTQIA+ é isso. Vai muito além de dizer que apoia nas mídias sociais. Tem a ver com ações na prática que fazem a diferença pra quem realmente precisa. 

Isso é Visibilidade.

Então pra você que quer somar à nossa causa em prol do respeito e da justiça social, comece fazendo exatamente o que você acabou de fazer: escutando quem vive na pele o Orgulho de ser LGBTQIA+. 

Seja aqui em São Paulo, seja em qualquer outro estado do país. 

Comece se educando para depois educar outras pessoas. Reprima atitudes discriminatórias. 

E respeite a liberdade que a outra pessoa tem de amar quem ela quiser porque, afinal, consideramos justa toda forma de amor. 

Até a próxima. 

Capital Informação

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