Na semana que este texto foi escrito, o mundo do futebol americano (FA) esteve bastante agitado com as vésperas do Super Bowl LVI (final da National Football League) e com o anúncio da aposentadoria de Tom Brady, considerado o melhor atleta da história do esporte – o Pelé ou o Jordan do FA – que, aliás, aqui no Brasil ainda é conhecido com o “marido da Gisele” (a übermodel Gisele Bündchen). No entanto, ao que apontam levantamentos recentes, o país está acompanhando de perto o esporte (independente da modelo). A NFL é um prato cheio para quem curte esporte, comunicação e tecnologia.
De acordo com a ESPN (emissora brasileira do Grupo Disney que é detentora dos direitos de imagem do campeonato para o Brasil na TV fechada e que transmite os jogos desde 1992), o interesse pelo esporte cresceu 33% na nova temporada por aqui. A NFL contou com 2,6 milhões de espectadores brasileiros em 2021/2022 desde o início da competição, tendo como reflexo um recorde de faturamento do canal para com a liga, vendendo todas as cotas de patrocínio.
Um dos esportes mais inovadores de todos os tempos, está sempre à frente das tendências tanto de marketing, como de TI. Além de ser uma das mais importantes vitrines publicitárias, ao longo dos anos, o Super Bowl também se tornou um evento de música e entretenimento, com as apresentações do intervalo, que arrebatam um público ainda mais amplo que o do futebol americano. Tendo a finalíssima como seu principal cartão de visitas, os jogos da NFL também vêm ganhando espaço entre o público e as marcas brasileiras. As franquias somadas valem mais US$ 120 bilhões e faturam cerca de US$ 15 bilhões por ano, segundo a Forbes
Nos últimos dez anos, houve um crescimento robusto audiência. Segundo o Ibope, em 2013, a média de público da temporada foi de 123 mil pessoas por jogo. O ano anterior havia registrado uma média de 53 mil. Em 2017, a ESPN registrou um crescimento de 800% na audiência do futebol americano entre 2013 e 2016. Em uma pesquisa do Ibope Repucom, em 2020, 27 milhões de pessoas se declararam fãs da NFL no Brasil.
Tecnologia para superar desafios no campo e presente na NFL
Desde 2018 o Dallas Cowboys passou a usar drones para filmar os treinos de diferentes ângulos e o Atlanta Falcons começou a aplicar o uso de imersão no preparo de seus atletas. E não para por aí: a TopSpin criou o TopSpin360, dispositivo de treinamento se propõe a fortalecer o pescoço para ajudar a reduzir o risco de lesões. A Nobo, desenvolveu do B60, dispositivo wearable conectado que monitora os níveis de hidratação de atletas de elite. A TackleBar fez um dispositivo criado para reduzir lesões de jogo por meio de visão computacional e realidade aumentada e a TendoNova fabricou o sistema Ocelot que visa aumentar o acesso ao tratamento da dor de tendão crônica.
Aos poucos, o tradicional “cardápio de pastelaria” com as jogadas foi dando lugar aos tablets até chegar ao atual Microsoft Surface, dentro de uma poderosa parceria tecnológica que vem desde 2013, essencial para treinadores, jogadores, juízes e, claro, aos fãs. Os computadores, ainda muito pesados, não podiam ser levados até à sideline. Logo, as discussões técnicas em volta do playbook eram feitos com o uso de pranchetas e giz. A tecnologia foi tomando conta. Os computadores, responsáveis somente pelo armazenamento de dados, começaram a ser fundamentais no aprendizado de jogadas. Depois, softwares chegaram para trazer um novo modo no momento do desenho e da criação tática.
Para o futuro, com certeza a tecnologias estarão cada vez mais presentes na NFL. Desde smartwatches que armazenam jogadas e que auxiliam na comunicação, até softwares e soluções disruptivas que mudarão a maneira como o jogo é visto e praticado. Para as badaladas transmissões, a realidade virtual (RV) será crucial para a experiência do espectador. Para os treinamentos, as plataformas de RV serão fundamentais para o desenvolvimento dos jogadores em aspectos como velocidade, tempo de reação, reconhecimento de padrões e tomadas de decisões. O céu é o limite? Talvez não.